No final da tarde de hoje, a comunidade do Quilombo Chácara das Rosas assinou o documento que simboliza melhores condições de moradia para 24 famílias quilombolas. A assinatura do Termo de Cooperação e Parceria dentro do Programa Minha Casa Minha Vida formaliza o início das construções do empreendimento Quilombo Chácara das Rosas, que abrigará 24 casas e deve começar a tomar forma efetivamente em menos de um mês.
Foi através das mãos da líder quilombola Isabel Genelício, do prefeito Jairo Jorge, da secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação Joceane Gasparetto, do superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Mauro Roberto Bom, e da superintendente nacional da Área C – Sul da Caixa, Lore Mânica Ribeiro, que assinaram o contrato, que o documento se tornou uma das garantias da comunidade do Chácara das Rosas. Instalados há mais de 60 anos na área, localizada na rua Duque de Caxias, os quilombolas canoenses obtiveram reconhecimento e titularização no dia 30 de outubro de 2009. Agora, o dia 3 de junho de 2011 junta-se à data de titulação e entra para a memória das famílias, símbolos de luta e resistência no município, por conceder a propriedade da área à Associação Remanescente de Quilombo Chácara das Rosas.
Relembrando a trajetória dos moradores do quilombo, o prefeito Jairo Jorge fez referência à luta do povo, “primeiro contra o preconceito”. Segundo ele, a assinatura garante o reconhecimento “destes homens e mulheres que carregam a luta no sangue, a luta pela liberdade, a luta pela igualdade”. O prefeito também lembrou das ações realizadas na comunidade, que incluem saneamento, drenagem, iluminação, trabalho das equipes de saúde, das bordadeiras e do CRAS Móvel. A secretária de Habitação falou da bela conquista, que conforme ela, é vitória da luta do povo quilombola. “Só vamos parar de acompanhar a construção das moradias aqui quando o último tijolo for colocado”, ressaltou Joceane.
Nas palavras da líder Isabel, o diálogo com o município se dava de forma confusa, por apresentar dificuldades em respeitar a cultura e os costumes da comunidade. “Nos fortalecemos como associação, hoje conseguimos este diálogo com a atual gestão, e conquistamos também autonomia para a comunidade”, contou. Para ela, do ato saem coisas concretas, após muito tempo vivido na base da promessa. “Agora, nossa luta e conquista vai servir de referência para outras comunidades quilombolas”. Se canta-se a vitória no quilombo, para a Caixa Econômica Federal a iniciativa também é motivo de comemoração. Conforme a superintendente Lore, é o Quilombo Chácara das Rosas que está dando à Caixa a oportunidade de aprender e reproduzir nos outros quilombos do país.
Amanda Utzig Zulk
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