Encontro debate violência escolar e traz formatura de fotógrafos mirins




"A partir de hoje juro passar adiante o que aprendi e guardar no coração o que senti. E usar a minha fotografia para fazer o mundo mais feliz". O juramento de Joice Duarte, Alexander Soares e Ana Caroline, três dos 121 formandos da oficina de fotografia da Central Única das Favelas, realizada nas escolas municipais de Canoas em parceria com a Prefeitura, resumiram a pauta do Encontro Preparatório para o V Fórum de Prevenção à Violência Escolar, que ocorreu na noite desta quinta-feira, 26, no Salão Nobre da Unilasalle.
Com palestras de Marta Rufatto, secretária de Educação, Eduardo Pazinato, secretário de Segurança Pública, e da advogada do projeto OAB Vai à Escola, Elisabeth Castilho, o evento foi agraciado pela presença maciça da comunidade escolar e dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Para Manoel Soares, coordenador da CUFA RS, o interesse reflete o pioneirismo do município na abordagem da violência escolar. "Nenhuma cidade brasileira criou uma política de prevenção ao crack nas escolas como nós fizemos. Os jovens de Canoas conseguiram produzir e reproduzir conscientização, coisa que cidades como Porto Alegre e São Paulo querem fazer agora com o nosso modelo", declarou Manoel.
Tecnologia e conscientização
Marta ressaltou a importância do envolvimento da comunidade e, em especial, dos estudantes, público-alvo das políticas conjuntas de prevenção à violência. "Agradecemos a todos os pais, professores e diretores da rede municipal por participar dessa construção coletiva. Mas os verdadeiros protagonistas deste encontro são vocês, alunos das nossas escolas", afirmou a secretária.
Pazinato aproveitou a oportunidade para apresentar as ações trabalhadas pela Guarda Municipal e os resultados decorrentes da abordagem diferenciada. Com 56 câmeras de vídeo auxiliando no monitoramento das escolas, registro online das ocorrências e 62 dos 132 guardas municipais destacados para participar da ronda escolar, Canoas registrou, em 2011, 470 casos relacionados à violência escolar. Para o secretário, a união entre tecnologia e consciência transformou a relação entre alunos, pais e comunidade escolar.
O V Fórum de Prevenção à Violência Escolar vai aprofundar o debate em torno da segurança nas instituições municipais de ensino e dar voz à comunidade para avaliar as medidas atuais e sugerir novas políticas de prevenção e enfrentamento. O evento acontece na Semana de Canoas, em meio às comemorações do 73º aniersário da cidade.

Crédito da notícia: Luiz Damasceno

Manoel no 25o. Fórum da Liberdade

Painel sobre “Drogas, Violência e Liberdade” encerra o Fórum da Liberdade

O 7º e último painel desta edição do Fórum da Liberdade teve os palestrantes Efraim Filho e Marcelo Dornelles discutindo “Drogas, Violência e Liberdade” em um debate muito próximo da plateia.

Promotor de Justiça desde 1996, Marcelo Lemos Dornelles exerce o cargo de Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais. Ele iniciou sua fala comentando sobre o desafio que o crack vem representando para a nossa sociedade. Para ele, a droga mostrou como a sociedade está despreparada para situações de drogadição em larga escala. “O que eu quero mostrar pra vocês é que a droga está ligada diretamente à violência”, explicou. Dornelles ainda criticou o Presídio Central de Porto Alegre, tido como o pior do Brasil. Por fim, o promotor provocou o público: “E você, o que tem a ver com isso?”.

Em seguida, o advogado, deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Efraim de Araújo Morais Filho, assumiu o microfone. Ele iniciou traçando um panorama sobre o avanço do consumo de drogas no Brasil nos últimos anos. Efraim aproveitou para cobrar investimentos em segurança pública e lembrou que as ações midiáticas de conscientização estão restritas aos grandes centros.

Efraim também criticou a educação deficitária do país, alegando que esta é diretamente vinculada ao consumo de drogas. “”Crescimento econômico sem investimento na educação não é desenvolvimento real”, disse ele.


À esquerda, o deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Efraim de Araújo Morais Filho, no centro, comunicador do Grupo RBS e coordenador da CUFA RS, Manoel Soares e à direita Marcelo Lemos Dornelles, Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais.

Finalizadas as palestras, Manoel Soares, Comunicador e Coordenador da CUFA RS, conduziu um debate dinâmico e bem-humorado com o público. “O crack é também um problema econômico, visto que seu comércio ilegal gera um lucro astronômico”, opinou o debatedor.

COLUNA DE MANOEL SOARES NO DIÁRIO GAÚCHO

Amigos, muitos de nós, favelados, estamos sendo chamados para ser candidatos ou participar de campanhas eleitorais. Apesar de alguns verem o fato como algo ruim, isso significa que agora temos peso. Em outros momentos, seríamos ignorados. Agora, tentam nos cooptar. Antes, fugiam da gente, ou seja, crescemos. Porém, é importante entender o que está em jogo.

Óbvio que a pessoa que se candidata ou se vincula publicamente a uma campanha deve entender o que está em jogo, entender como funciona, para fazer análises equilibradas dos cenários.

Basicamente, existem três razões pelas quais as pessoas se candidatam.

Primeiro: fortalecer seus projetos políticos pessoais ou coletivos. Começam como vereadores e, depois, crescem e alavancam um grupo.

Segundo: fortalecer correntes internas dos partidos. Assim, oxigenam e ampliam os quadros internos, e ganham força para decisões posteriores.

Terceiro: preencher legenda e reforçar as candidaturas majoritárias. São candidatos descartáveis, que atuam como cabos eleitorais com números.

Você precisa entender em que cenário você se enquadra antes de decidir. Outro fator importante é saber que para uma pessoa ser eleita precisa de duas coisas.

Primeiro:
ter um nome forte, que seja sólido nos currais eleitorais, e que sobreviva ao processo eleitoral.

Segundo:
uma campanha custa caro. Quem vai pagar tem interesses que precisam ser atendidos.

Acredito que você deva observar esses fatores e avaliar o que deve ser feito. A única pergunta que lhe faço é se você precisa disso. Óbvio que se os bons não se colocarem, os maus vão dominar. Mas a política não é feita de brigadeiro e mel. Ela é uma arena, na qual sonhadores são mastigados até virarem operadores reais de mudança. Alguns conseguem realizar seus objetivos, outros desistem e reclamam. E há os que só conseguem mudar a própria vida. Passe adiante.

Manoel Soares