COLUNA DE MANOEL SOARES NO DIÁRIO GAÚCHO

Amigos, muitos de nós, favelados, estamos sendo chamados para ser candidatos ou participar de campanhas eleitorais. Apesar de alguns verem o fato como algo ruim, isso significa que agora temos peso. Em outros momentos, seríamos ignorados. Agora, tentam nos cooptar. Antes, fugiam da gente, ou seja, crescemos. Porém, é importante entender o que está em jogo.

Óbvio que a pessoa que se candidata ou se vincula publicamente a uma campanha deve entender o que está em jogo, entender como funciona, para fazer análises equilibradas dos cenários.

Basicamente, existem três razões pelas quais as pessoas se candidatam.

Primeiro: fortalecer seus projetos políticos pessoais ou coletivos. Começam como vereadores e, depois, crescem e alavancam um grupo.

Segundo: fortalecer correntes internas dos partidos. Assim, oxigenam e ampliam os quadros internos, e ganham força para decisões posteriores.

Terceiro: preencher legenda e reforçar as candidaturas majoritárias. São candidatos descartáveis, que atuam como cabos eleitorais com números.

Você precisa entender em que cenário você se enquadra antes de decidir. Outro fator importante é saber que para uma pessoa ser eleita precisa de duas coisas.

Primeiro:
ter um nome forte, que seja sólido nos currais eleitorais, e que sobreviva ao processo eleitoral.

Segundo:
uma campanha custa caro. Quem vai pagar tem interesses que precisam ser atendidos.

Acredito que você deva observar esses fatores e avaliar o que deve ser feito. A única pergunta que lhe faço é se você precisa disso. Óbvio que se os bons não se colocarem, os maus vão dominar. Mas a política não é feita de brigadeiro e mel. Ela é uma arena, na qual sonhadores são mastigados até virarem operadores reais de mudança. Alguns conseguem realizar seus objetivos, outros desistem e reclamam. E há os que só conseguem mudar a própria vida. Passe adiante.

Manoel Soares

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