MPE-RS visita Quilombo Chácara das Rosas


Durante a tarde desta quinta-feira, 12, uma comitiva do Ministério Público do Rio Grande do Sul visitou o Quilombo Chácara das Rosas, um dos primeiros titulados do estado. Acompanhando o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos do MP, o promotor Francesco Conti, estavam assessores, professores e a representante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Reginete Bispo. O encontro contou com a presença do prefeito Jairo Jorge, da vice e secretária da Saúde Beth Colombo, da secretária de Desenvolvimento Social Márcia Falcão e de adjuntos e representantes das demais secretarias.

Antes de passar pela comunidade quilombola Chácara das Rosas, a comitiva do MP visitou quilombos de Taquara e Portão. O encontro em Canoas colocou frente a frente moradores e lideranças do movimento negro e promotores e gestores públicos. Em um diálogo franco, integrantes do quilombo expuseram suas dificuldades, que vão desde a questão da moradia a melhores condições de assistência. De acordo com Maria do Carmo, uma das mulheres símbolo da resistência, a presença do grupo é motivo de felicidade. “Quando viemos para Canoas, estávamos preocupados em construir algo melhor, com luz e saneamento; hoje as condições são melhores, mas seguimos na busca. Buscamos amor, paz e reconhecimento, não só aqui, mas em todas as comunidades”.

O promotor, assim como alguns assessores do MP, buscaram saber como estão as questões relativas à moradia, educação e saúde dos moradores do quilombo. Para o local, existe um projeto habitacional que colocará fim aos problemas cotidianos enfrentados pelas famílias, devido à precariedade de algumas casas. Conforme o prefeito Jairo Jorge, a construção preservará a cultura local, garantindo um espaço para o centro religioso, horta e centro comunitário. “Este Quilombo tem um histórico de tutela pela cidade, hoje buscamos pavimentar o caminho da emancipação”, esclareceu.

Durante o diálogo, o promotor Conti parabenizou as mulheres da comunidade, que encabeçam a liderança do movimento quilombola. A comitiva também questionou a situação do estudo para as crianças que moram no Chácara das Rosas. Atualmente, diferente de pouco tempo atrás, quando as oportunidades eram remotas para os quilombolas, todas os filhos das famílias que ali vivem estão estudando. A comitiva do MP reconheceu as mudanças, mas também declarou esforço em implantar o estudo da história do movimento negro no Brasil no currículo escolar. A luta, mais uma na lista de batalhas árduas, mas necessárias para a transformação do país, será mais um passo para reconhecer o espaço e a cultura dos quilombos.

Amanda Utzig Zulke

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