As aulas do programa "Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil", na cidade de Canoas, tiveram continuidade na manhã de hoje, 31 de agosto, na Unilasalle, com a realização de duas palestras que complementam a formação das mulheres para o mercado da construção civil. O crack foi o tema abordado pela líder do movimento “Mães Contra o Crack”, Ivanete Pereira dos Santos, da Cufa RS, e a Lei Maria da Penha foi o assunto enfocado pela advogada Regina Tarantino Velasco, presidente da Associação Viver & Aprender.
Crack, nem pensar
Mais do que trazer dados estatísticos sobre o avanço do crack na sociedade brasileira, Ivanete Pereira dos Santos falou de sua rica experiência de vida: da infância pobre na Bahia, onde aprendeu a sobreviver em lares estranhos, até a mudança para São Paulo, aos 13 anos de idade, em busca de novas oportunidades; da gravidez precoce, dos seis filhos criados a custa de privações e do trabalho braçal, em lares abastados e na roça, até sua chegada em Porto Alegre, mais precisamente na comunidade do Morro Santa Tereza, onde, gradativamente, foi conquistando espaço e exercendo liderança.
Junto à Central Única das Favelas (Cufa), ela desenvolve diversas ações ligadas ao teatro, ao rap, ao audiovisual, entre outras, voltados ao atendimento de 102 jovens. Em uma fala emocionada, entremeada por versos e canções de sua autoria, ao bom estilo do rap (rima e poesia), ela antecipa: “até o final do ano serão produzidos quatro filmes”, comenta, orgulhosa.
Prevenir é realmente a melhor alternativa, enquanto nossos jovens estiverem aprendendo e inseridos em bons contextos, com certeza estarão longe do foco do crack, diz Lady, carinhosamente chamada nas comunidades.
Por meio de seu exemplo e das inúmeras histórias que pode presenciar e mediar, Ivanete quer que as mulheres acreditem que é possível transformar suas vidas. “Nós, mulheres, podemos fazer a diferença e construir novas referências para nós e nossos filhos”, ressalta.
Texto: CUFA RS
Foto: Magno Ferreira dos Santos
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