Encontro debate violência escolar e traz formatura de fotógrafos mirins
Manoel no 25o. Fórum da Liberdade
Painel sobre “Drogas, Violência e Liberdade” encerra o Fórum da Liberdade
O 7º e último painel desta edição do Fórum da Liberdade teve os palestrantes Efraim Filho e Marcelo Dornelles discutindo “Drogas, Violência e Liberdade” em um debate muito próximo da plateia.
Promotor de Justiça desde 1996, Marcelo Lemos Dornelles exerce o cargo de Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais. Ele iniciou sua fala comentando sobre o desafio que o crack vem representando para a nossa sociedade. Para ele, a droga mostrou como a sociedade está despreparada para situações de drogadição em larga escala. “O que eu quero mostrar pra vocês é que a droga está ligada diretamente à violência”, explicou. Dornelles ainda criticou o Presídio Central de Porto Alegre, tido como o pior do Brasil. Por fim, o promotor provocou o público: “E você, o que tem a ver com isso?”.
Em seguida, o advogado, deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Efraim de Araújo Morais Filho, assumiu o microfone. Ele iniciou traçando um panorama sobre o avanço do consumo de drogas no Brasil nos últimos anos. Efraim aproveitou para cobrar investimentos em segurança pública e lembrou que as ações midiáticas de conscientização estão restritas aos grandes centros.
Efraim também criticou a educação deficitária do país, alegando que esta é diretamente vinculada ao consumo de drogas. “”Crescimento econômico sem investimento na educação não é desenvolvimento real”, disse ele.
À esquerda, o deputado federal e presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Efraim de Araújo Morais Filho, no centro, comunicador do Grupo RBS e coordenador da CUFA RS, Manoel Soares e à direita Marcelo Lemos Dornelles, Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais.
Finalizadas as palestras, Manoel Soares, Comunicador e Coordenador da CUFA RS, conduziu um debate dinâmico e bem-humorado com o público. “O crack é também um problema econômico, visto que seu comércio ilegal gera um lucro astronômico”, opinou o debatedor.
COLUNA DE MANOEL SOARES NO DIÁRIO GAÚCHO
Amigos, muitos de nós, favelados, estamos sendo chamados para ser candidatos ou participar de campanhas eleitorais. Apesar de alguns verem o fato como algo ruim, isso significa que agora temos peso. Em outros momentos, seríamos ignorados. Agora, tentam nos cooptar. Antes, fugiam da gente, ou seja, crescemos. Porém, é importante entender o que está em jogo.
Óbvio que a pessoa que se candidata ou se vincula publicamente a uma campanha deve entender o que está em jogo, entender como funciona, para fazer análises equilibradas dos cenários.
Basicamente, existem três razões pelas quais as pessoas se candidatam.
Primeiro: fortalecer seus projetos políticos pessoais ou coletivos. Começam como vereadores e, depois, crescem e alavancam um grupo.
Segundo: fortalecer correntes internas dos partidos. Assim, oxigenam e ampliam os quadros internos, e ganham força para decisões posteriores.
Terceiro: preencher legenda e reforçar as candidaturas majoritárias. São candidatos descartáveis, que atuam como cabos eleitorais com números.
Você precisa entender em que cenário você se enquadra antes de decidir. Outro fator importante é saber que para uma pessoa ser eleita precisa de duas coisas.
Primeiro: ter um nome forte, que seja sólido nos currais eleitorais, e que sobreviva ao processo eleitoral.
Segundo: uma campanha custa caro. Quem vai pagar tem interesses que precisam ser atendidos.
Acredito que você deva observar esses fatores e avaliar o que deve ser feito. A única pergunta que lhe faço é se você precisa disso. Óbvio que se os bons não se colocarem, os maus vão dominar. Mas a política não é feita de brigadeiro e mel. Ela é uma arena, na qual sonhadores são mastigados até virarem operadores reais de mudança. Alguns conseguem realizar seus objetivos, outros desistem e reclamam. E há os que só conseguem mudar a própria vida. Passe adiante.
Manoel Soares