Espelho eleitoral

01 de outubro de 2010


Perguntei a um menino de dez anos o que ele faria se achasse R$ 50 no chão da sua sala de aula. Ele me deu, pelo menos, dez formas diferentes de gastá-los. Chamou-me a atenção que, em nenhum momento, falou em devolvê-lo. Quando toquei no assunto, disse que não é “troxa”, só devolveria se alguém tivesse visto ele achar o dinheiro.

No domingo, teremos de escolher nossos governantes. Sei que muita gente está mordida, pois entra governante e sai governante as denúncias de corrupção e falcatrua burocráticas pipocam por aí. O que devemos lembrar é que políticos não são alienígenas que invadem a Terra com sua atitudes destrutivas. Esses serem saíram do meio da própria sociedade. A política, por pior que seja, reflete o que somos. Será que nós, eleitores, no lugar dos políticos, faríamos diferente? Podendo morder, na moita, uns R$ 300 mil, abriríamos mão? Um ditado diz “a ocasião faz o ladrão”, mas existe uma passagem bíblica que fala “quem não é fiel no mínimo não será no máximo”. A verdade é que não há roubo pequeno ou grande, existe roubo, sejam R$ 50 ou R$ 300 mil, se não nos pertencem.

Nem todos os políticos são ladrões, mas só os safados aparecem. E isso passa uma sensação de impunidade que frustra a participação em momentos importantes como as eleições. Apesar das nossas opiniões sobre política, não devemos votar somente porque é obrigatório. Por mais que pareça desequilibrada, a democracia brasileira é importante. Precisa sofrer mudanças, como a lei da ficha limpa, porém, isto só acontecerá se quem tiver lá for honesto e fiel ao povo que acredita nele. No entanto, para que existam honestos lá, os honestos tem de se candidatar.

Quando perguntamos quem quer ser político, poucos se colocam à disposição. Assim, os que estão na política querendo trabalhar sério ficam cada vez mais sozinhos em meio ao mar de “espertos” que não deixam passar nem uma notinha sequer caída no chão.
Se estamos descontentes com a política, façamos algo, pois eles são o que permitmos que sejam. Boa escolha, galera!

Fonte: www.diariogaucho.com.br/manoelsoares

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